domingo, 8 de outubro de 2017

A importância de confiar piamente em Deus


Esta é a história de um alpinista que sempre buscava superar mais e mais desafios.
Ele resolveu, depois de muitos anos de preparação, escalar o monte mais alto de seu país.
Mas ele queria a glória somente para ele e resolveu escalar sozinho sem nenhum companheiro, o que seria natural no caso de uma escalada dessa dificuldade.

Ele começou a subir e foi ficando cada vez mais tarde, porém ele não havia se preparado para acampar e resolveu seguir a escalada, decidido a atingir o topo.

Escureceu e a noite caiu como um breu nas alturas da montanha, e não era possível mais enxergar um palmo em frente do seu nariz, não se via absolutamente nada. Tudo era escuridão, zero de visibilidade, não havia lua e as estrelas estavam cobertas pelas nuvens.

Subindo por uma “parede”, a apenas 100 metros do topo, ele escorregou e caiu…

Caía a uma velocidade vertiginosa, somente conseguia ver as manchas que passavam cada vez mais rápidas na mesma escuridão, e sentia a terrível sensação de ser sugado pela força da gravidade. Ele continuava caindo e, nesses angustiantes momentos, passaram por sua mente todos os momentos felizes e tristes que ele já havia vivido em sua vida.

De repente ele sentiu um puxão forte que quase o partiu pela metade … shack!

Como todo alpinista experimentado, havia cravado estacas de segurança com grampos a uma corda comprida que fixou em sua cintura. Nesses momentos de silêncio, suspenso pelos ares na completa escuridão, não sobrou para ele nada alem do que gritar:

Oh, meu Deus! Me ajude!

De repente uma voz grave e profunda vinda do céu respondeu:

– O que você quer de mim, meu filho? – Me salve, meu Deus, por favor!
– Você realmente acredita que eu possa te salvar?
– Eu tenho certeza, meu Deus.
– Então corte a corda que te mantém pendurado…


Houve um momento de silêncio e reflexão.
O homem se agarrou mais ainda à corda e refletiu que se fizesse isso morreria…

Dois dias depois uma equipe de resgate encontrou um alpinista congelado, morto, agarrado com força e com as suas duas mãos a uma corda a tão somente dois metros do chão!

E você, está segurando firme a sua corda? Por que não a corta?


quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O incômodo da depressão


Depressão é a quase completa capitulação do ânimo, do bem-estar, da segurança emocional, da autoconfiança, da alegria, da vontade de viver

O adjetivo incômodo é brando demais. Depressão é muito mais do que incômodo. Seria melhor escrever: a agrura ou o tormento da depressão, mesmo que algumas sejam mais brandas que outras! Suas causas são complexas e podem ser sociais, emocionais, espirituais ou neurológicas. 
A morte de um ente muito próximo, uma enfermidade grave, a perda de um emprego, uma decepção amarga, um susto financeiro, uma traição conjugal, o envolvimento de uma pessoa da família no mundo das drogas, os maus-tratos contínuos de um cônjuge contra o outro, o ciúme justificado ou não de um cônjuge e muitas outras coisas podem levar alguém à depressão. 

Independentemente de tudo isso, a depressão pode ocorrer. Mas a depressão nunca é uma fraqueza moral. Pode, em alguns casos, ser inicialmente provocada por uma conduta errada ou por falta de saúde espiritual, mas o deprimido não pode ser tratado como um pecador -- pelo menos antes de ser curado da depressão. Qualquer providência em contrário só agrava o problema. Prova disso são a depressão do patriarca Jó e a depressão do profeta Elias, dois notáveis personagens da história do Antigo Testamento.

A depressão de Jó

Poucas pessoas sofreram tanto quanto o homem da terra de Uz. Ele perdeu todos os seus bens -- era o homem mais rico do Oriente -- e todos os seus dez filhos num único dia (Jó 1.13-22). Perdeu sua saúde (Jó 2.1-10) e sua elevada posição social (Jó 19.9; 30.9-11). Perdeu a solidariedade religiosa da esposa (Jó 2.9-10) e sofreu críticas tremendamente injustas da parte de seus amigos (Jó 4.1-11). Tudo isso o levou a uma grande depressão, cujas proporções ele mesmo descreve:

“Não sou capaz de me ajudar a mim mesmo, e não há ninguém que me socorra” (6.13).
“O meu coração está cheio de amargura” (7.11).
“Detesto a vida; não quero mais viver [...] minha vida não vale nada” (7.16).
“Agora já não tenho vontade de viver; o desespero tomou conta de mim” (30.16).
“O meu coração está agitado e não descansa [...] levo uma vida triste, como um dia sem sol” (30.27-28).
“Minha harpa está afinada para cantos fúnebres, e minha flauta para o som de pranto” (30.31).

Em meio a essa sentida depressão, Jó soube manter a fé e a esperança em Deus: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra” (19.25). O que esperava aconteceu: “O Senhor abençoou a última parte da vida de Jó mais do que a primeira” (42.12).

A depressão de Elias

Depois de experimentar vitórias assombrosas em seu ministério (basta lembrar a ressurreição do filho da viúva de Sarepta) e de enfrentar a terrível Jezabel, o rei Acabe e os quatrocentos profetas de Baal, o profeta Elias caiu em profunda depressão. Em meio a essa agrura, ele orou: “Já chega, ó Senhor Deus! Acaba agora com a minha vida! Eu sou um fracasso, como foram os meus antepassados” (1Rs 19.4).

Essa vontade de morrer e essa autodepreciação extrema são ingredientes de quase toda depressão. Deus cuidou de Elias.

Muitos outros servos de Deus, como Lutero e Calvino, os dois mais notáveis reformadores, passaram por momentos depressivos. Quando Calvino ficou viúvo aos 40 anos, depois de nove na companhia de Ialete, ele escreveu a um dos seus maiores amigos, o pastor Pierre Viret: “Conquanto a morte de minha esposa tenha sido demasiadamente dolorosa para mim, até agora tenho dominado meu pesar da melhor maneira que consigo [...] Se não me fora concedido um forte autocontrole, eu não haveria suportado tanto”.

No formidável livro ilustrado “Eu Tinha um Cão Negro -- seu nome era depressão”, o neozelandês Matthew Johnstone afirma que a depressão “é um demônio de quatro patas onipresente, que permeia absolutamente tudo, como uma gota de tinta num copo d’água”. E um PhD em psiquiatria de uma universidade australiana, prefaciador do livro de Johnstone, acrescenta que “uma em cada quatro mulheres e um em cada seis homens irão, em algum tempo da vida, sofrer uma crise de depressão clínica”. Para ele, “existe uma terceira certeza na vida, além da morte e dos impostos -- todos nós ficaremos deprimidos”.

Nem sempre é possível evitar a depressão por meio de medidas preventivas, embora oportunas. Mas há cura para a depressão e ela deve ser buscada de maneira sábia e persistente. Há uma variedade enorme de providências cabíveis. A depressão pode ser afastada por meio de cuidadosos e equilibrados exercícios espirituais (gritos de socorro dirigidos a Deus na prática da oração, confissão da fragilidade, leitura devocional, apropriação de promessas bíblicas etc.), por meio de assistência terapêutica (oferecida por amigos íntimos, parentes sensíveis, conselheiros capazes e pastores de almas) ou por meio de assistência médica (psicológica e psiquiátrica). A medicação apropriada e na dosagem recomendada nunca deve ser descartada.

Pierre Viret, pastor em Neuchâtel e, depois, em Lausanne, ambas na Suíça, tinha apenas 35 anos quando também perdeu a esposa após uma enfermidade prolongada. Além da dor da viuvez, ele estava sobrecarregado de problemas em seu ministério. Em 1546, Viret escreveu a Calvino em Genebra: “Estou completamente desesperado e prostrado com aquela flecha de aflição [a morte da esposa]. O mundo inteiro me parece um fardo. Nada, absolutamente nada, pode aliviar a angústia de minha mente”. O que João Calvino fez para socorrer o amigo? Mandou-lhe uma carta intimando-o a vir o mais rapidamente possível a Genebra para, na companhia dele e de outros pastores, libertar sua mente não só da tristeza, mas também de todos os aborrecimentos acumulados até então. Calvino prometeu não impor-lhe cargo algum e deixá-lo totalmente à vontade. Deu-lhe também a sua palavra de que nem ele nem os cidadãos de Genebra lhe seriam inconvenientes.

Os dois amigos agiram de forma muito cristã para superar a fase depressiva do primeiro: Viret pôs a sua dor para fora e Calvino a tomou em seus braços!

O incômodo da culpa



Sentimento de culpa é a lembrança viva, insistente e deprimente de algum procedimento errado aos olhos de Deus, de conhecimento privado ou público, recente ou remoto, provocado pela falta de arrependimento, confissão e perdão. Enquanto não é imaginário nem doentio, o sentimento de culpa é uma graça de Deus, uma dor que cura, uma terapia saudável. Sem o peso da mão de Deus dia e noite sobre a sua cabeça, o tumor da culpa do rei Davi nunca seria espremido nem curado. Suas transgressões só foram perdoadas e seus pecados só foram apagados depois do incômodo da culpa (Salmo 32). Mas a culpa não é um medicamento de uso contínuo. Uma vez bem-sucedida no sentido de levar o paciente a admitir o pecado cometido, a se arrepender dele e a confessá-lo sem rodeios, diretamente a Deus, a culpa se retira e só volta quando tiver de cumprir mais uma vez a mesma missão. O crente comete uma tolice e sofre desnecessariamente quando, depois de perdoado por Deus -- contra quem em última análise pecou --, continua a hospedar a culpa.
A Bíblia lança mão de pelo menos quatro figuras para mostrar que a culpa é de fato removida pela graça de Deus depois do tratamento dispensado ao pecador.

A figura do bode emissário

Todos os anos, no dia 10 do sétimo mês do calendário judaico, realizava-se em Israel o Dia do Perdão (também chamado o Grande Dia da Expiação ou o Yom Kippur dos judeus), por meio do qual conseguia-se “o perdão dos pecados de todo o povo”. Depois do sacrifício do bode expiatório, o sacerdote colocava as duas mãos sobre o bode vivo e confessava todas as iniquidades, as rebeliões e os pecados dos israelitas, colocando-os sobre a cabeça do animal, que, em seguida, era levado para muito longe, para o deserto, onde ficava para sempre (Lv 16.21-22).

A figura da neblina

A palavra de Isaías a Israel por volta do ano 700 antes de Cristo não poderia ser mais amável e cheia de misericórdia: “Eu faço desaparecer as suas ofensas, como se fosse uma nuvem; como o sol faz desaparecer a neblina da manhã, assim eu faço desaparecer os seus pecados. [Portanto] volte para mim, porque eu já paguei o preço do seu resgate” (Is 44.22). A paráfrase de Eugene Peterson traduz assim: “Eu apaguei a lista de todos os males que você cometeu. Não restou nada dos seus pecados. [Então] volte para mim, volte! Eu salvei você”. Diante de tais palavras, é absoluta falta de bom senso carregar uma culpa que não existe mais. Para entender melhor essa figura, seria bom ver duas fotografias aéreas de Londres. Na primeira, só se distingue a parte mais alta dos edifícios mais altos porque a cidade está coberta de neblina. Na outra foto, dá para ver Londres inteira de baixo para cima, pois o sol fez desaparecer o nevoeiro todo!

A figura das profundezas do mar

Agora é o profeta Miqueias, contemporâneo de Isaías, quem dá uma notícia incrível ao mesmo povo de Israel e a todos os que adoecem, física e emocionalmente, por continuarem sob a pressão da culpa, sem que haja a menor razão para tanto.
Dirigindo-se a Deus, ele afirma: “De novo terás compaixão de nós, pisarás [como Jesus fez com a cabeça da serpente] as nossas maldades e atirarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Mq 7.19).

Se, em seu tempo, Miqueias tivesse ouvido falar da Fossa das Marianas, localizada na Micronésia, Oceano Pacífico, ele escreveria: “Atirarás todos os nossos pecados na Fossa das Marianas”. É nesse ponto que estão as maiores profundezas do oceano (11.500 metros abaixo do nível do mar).

A figura da conta a pagar

Cada pecado cometido gera uma nota de débito. Muitos pecados cometidos geram muitas contas a pagar, uma dívida enorme tão impagável quanto a do homem que devia ao seu senhor uma dívida equivalente a trezentas toneladas de prata (Mt 18.24). Daí a súplica que Jesus colocou na oração do Pai-Nosso: “Perdoa as nossas dívidas”. Não importa o valor, dívida é sempre dívida, nota de débito é sempre nota de débito, conta a pagar é sempre conta a pagar, manuscrito que deixa a descoberto o montante da minha dívida é sempre um documento válido contra mim. Se eu pedir emprestado mil toneladas de prata a trezentas pessoas diferentes, continuo devendo trezentas toneladas de prata a cada uma delas. A situação é insolúvel até que o próprio credor, por iniciativa própria e por sua maravilhosa graça, jogue na fogueira -- mais ardente do que a fornalha acesa por Nabucodonosor -- o manuscrito que me declarava devedor. É isso que Deus faz conforme Paulo: “Deus perdoou todos os nossos pecados e anulou a conta da nossa dívida [...] ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz” (Cl 2.13-14).

Quando eu fico sabendo o significado da cruz e passo a crer na expiação dos meus pecados por meio de Jesus, devo, então, me considerar definitivamente livre do tremendo sentimento de culpa. Essa remoção de culpa é válida para os pecados cometidos “grosso modo” e para os pecados quantas vezes repetidos depois da salvação. Pois, se o discípulo é obrigado a perdoar aquele que peca contra si até sete vezes por dia, caso se diga arrependido, por que Deus não faria o mesmo com o discípulo? (Lc 17.4).

Fonte: Blog Ultimato